Amundi, o maior gestor de activos da Europa e que supervisiona mais de 1,5 trilhão de dólares em activos de clientes, informou que os novos regulamentos de criptoactivos podem inicialmente se provar “brutais” para o preço do Bitcoin e de outros criptoactivos.
Num relatório divulgado nesta quarta-feira, 24 de Março, o vice-CEO da Amundi, Vincent Mortier, e o chefe de visão global, Didier Borowski, disseram que os reguladores do G7 estão “determinados” a regular as criptomoedas. “Essa regulamentação provavelmente trará inicialmente um ajuste de preço, possivelmente brutal”.
Mortier disse ainda que quando “alguns regulamentos começarem a ser contemplados”, o Bitcoin pode rapidamente voltar aos 30.000 ou 20.000 dólares.
Segundo Mortier e Borowski, os compradores de Bitcoin e outros criptoactivos não parecem estar considerar nenhum risco regulatório.
Bitcoin não é dinheiro
Mais adiante, a dupla afirmou que os criptoactivos não são dinheiro, porque não possuem as três qualidades que caracterizam o dinheiro:
- Uma unidade de cont;
- Uma reserva de valor;
- Um meio de troca.
Os criptoactivos também são voláteis, nem sempre líquidos e não têm curso legal. Portanto, seria mais preciso chamá-los de cripto-activos, disseram os dois.
Ainda assim, os dois pesquisadores afirmaram que os criptoactivos não possuem as características comuns dos activos. Pois, ao contrário dos outros activos, como as acções e os títulos, os criptoactivos “não têm um activo econômico subjacente real. Como resultado, não existe um modelo de avaliação”, observaram ambos.
Comparar os criptoactivos ao ouro é questionável
Segundo Mortier e Borowski, os criptoactivos podem competir com o ouro, mas ainda precisam provar o seu valor contra o metal precioso.
Os criptoactivos “dispararam durante a crise econômica da Covid-19, mas não passaram por um episódio de estresse financeiro”, disseram os pesquisadores. Portanto, dar aos [criptoactivos] o mesmo estatuto que o ouro, ao estimar o seu potencial de alta, é questionável.
A criptografia é um factor de risco
Quanto as stablecoins, elas são os competidores mais directos das moedas oficiais apoiadas pelos governos, segundo os pesquisadores.
Mas, elas podem representar riscos para o sistema financeiro, “principalmente se um deles deixar de ser capaz de manter seu valor fixo repentinamente”.
De modo geral, criptografia é um “factor de risco exógeno” para os compradores, esclareceram os pesquisadores.
Apesar de tudo, os dois pesquisadores acreditam que uma vez que o ambiente regulatório esteja esclarecido e os principais riscos resolvidos, os criptoactivos “provavelmente voltarão a florescer”.
Segundo os pesquisadores, “somente depois que o ambiente regulatório se estabilizar e a relação com as moedas digitais dos bancos centrais for esclarecida, os gestores de activos poderão recomendar activos digitais como veículos de investimento seguros”.
No final do dia, os investimentos em criptoactivos podem ser promissores, mas ainda são especulativos por natureza, concluíram.
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