O banco de investimento norte-americano JP Morgan sugeriu, na última semana, que a adopção do Bitcoin pelo El Salvador não trará benefícios econômicos ao país latino-americano, ao contrário, só prejudicará as suas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Esta apreciação do JP Morgan consta de um relatório divulgado pelo correspondente do Financial Times, Robin Wigglesworth. De acordo com o correspondente, o JP Morgan declarou:
É difícil ver quaisquer benefícios econômicos tangíveis associados à adopção do Bitcoin como uma segunda forma de moeda com curso legal, e isso pode pôr em risco as negociações com o FMI.
Como anunciado pelo Bitcoin Angola na última semana, o FMI comentou a adopção do Bitcoin pelo El Salvador, demonstrando as suas preocupações macroeconômicas, financeiras e jurídicas sobre a adopção da criptomoeda.
O porta-voz do FMI, Gerry Rice, disse:
A adopção do Bitcoin como moeda legal levanta uma série de questões macroeconômicas, financeiras e jurídicas que requerem uma análise muito cuidadosa.
Estamos a acompanhar de perto os desdobramentos e continuaremos as nossas consultas com as autoridades.
O JP Morgan observou ainda que a decisão de El Salvador poderá afectar o modo como o Bitcoin é visto pelas maiores economias:
Resta saber se a designação do Bitcoin como moeda de curso legal por uma nação soberana e amplamente reconhecida terá implicações no seu tratamento em economias muito maiores sob a lei tributária, regulamentos bancários, financeiros e outras áreas.
Banco de Compensações Internacionais mostra-se céptico à decisão de El Salvador
Apesar da adopção do Bitcoin pelo El Salvador ter suscitado um grande apoio da comunidade mundial de criptomoedas ao país latino-americano, muitos países e organizações ainda se mantêm cépticos à decisão.
O JP Morgan e o FMI não são os únicos da lista, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) também mantém-se pouco confiante sobre o assunto.
O chefe do Centro de Inovação do BIS, Benoit Coeure, disse que a legalização do Bitcoin pelo El Salvador é um “experimento interessante”.
Entretanto, Benoit Coeure, considerou o Bitcoin um activo muito especulativo, realçando que o Banco de Compensações Internacionais não considera a criptomoeda como um método de pagamento.
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