A Polícia Federal brasileira desmantelou, nesta semana, um esquema fraudulento de criptomoedas levado a cabo pela empresa brasileira Grupo Bitcoin Banco; segundo a polícia, a empresa terá roubado, pelo menos, 1,5 bilhão de reais (cerca de 300 milhões de dólares) de mais de 7.000 vítimas.
De acordo com a Polícia Federal brasileira, as autoridades conseguiram, durante quase três anos, reunir evidências suficientes para desmantelar o esquema do Grupo Bitcoin Banco e deter o seu presidente, Cláudio Oliveira, também conhecido como “O Rei do Bitcoin”.
O Rei do Bitcoin e o Grupo Bitcoin Banco
Cláudio Oliveira actuava como presidente do Grupo Bitcoin Banco, uma empresa de finanças que se tornou popular por prometer lucros extraordinários àqueles que confiassem os seus fundos à empresa.
No final de 2019, o Grupo Bitcoin Banco relatou o desaparecimento de 7.000 Bitcoins e solicitou uma ordem de recuperação judicial.
A ordem de recuperação judicial era, no fundo, um acordo especial com as autoridades brasileiras por meio do qual a empresa reorganizaria as suas finanças e administração para que pudesse pagar os seus credores e evitar a falência.
Contudo, durante este período a empresa continuou a fornecer os seus serviços habituais, embora não explicasse as razões por trás do desaparecimento das criptomoedas.
“Houve inconsistência entre os valores expressos pela empresa e os valores que evidenciam os dados auditados”
Para piorar, o Grupo Bitcoin Banco criou uma versão actualizada da sua plataforma, garantindo aos clientes que as criptomoedas estavam lá.
De acordo com uma publicação de 2020 do Criptofácil, que cita um advogado que na altura actuava em nome de alguns clientes da empresa, houve inconsistência entre os valores expressos pela empresa e os valores que evidenciam os dados auditados.
Ainda segundo o Criptofácil, a empresa não disponibilizou dados de carteira que pudessem esclarecer a situação aos clientes.
A operação contra o Grupo Bitcoin Banco
Enquanto todo o processo descrito acima acontecia, a Polícia Federal brasileira montou uma força-tarefa de 90 policiais para investigar o Grupo Bitcoin Banco.
A operação denominada “Daemon” concluiu que os fundos dos clientes da empresa foram desviados irregularmente para as contas pessoais do líder da empresa, Cláudio Oliveira.
Na sequência, além da Polícia Federal ter prendido o Rei do Bitcoin, também confiscou diversos bens de Cláudio Oliveira, incluindo carros de luxo, grandes somas em dinheiro e carteiras de criptomoedas.
Sobre a empresa que dirige recaem acusações como: lavagem de dinheiro e fraude.
Ao que parece, esta não é a primeira vez que Cláudio Oliveira é investigado pelo seu envolvimento com criptomoedas.
Algumas trocas de informações entre a Polícia Federal brasileira e agências de inteligência estrangeiras confirmam que o Rei do Bitcoin já havia sido investigado nos Estados Unidos e na Europa por crimes semelhantes.