As autoridades norte-americanas capacitaram recentemente mais de 50 investigadores e promotores nigerianos sobre matérias voltadas ao combate de crimes organizados no universo de criptomoedas.
O treinamento envolveu uma colaboração entre o Departamento Federal de Investigação (FBI), as embaixadas dos EUA no Quênia, Etiópia e Nigéria, assim como o departamento dos EUA para políticas e programas de combate aos narcóticos e crimes internacionais.
O treinamento focou-se sobretudo nas diversas formas de combater fraudes relacionadas às criptomoedas e práticas de monitoramento de actividades de lavagem de dinheiro.
O objectivo do treinamento foi aprimorar a capacidade dos investigadores nigerianos sobre como investigar os crimes relacionados a activos digitais no espaço DeFi.
Uma resposta aos recentes e crescentes crimes envolvendo criptomoedas em África
A capacitação, realizada no formato virtual, surge meses após as investigações sobre o golpe da AfriCrypt, na África do Sul, ter levantado preocupações sobre a segurança do dinheiro dos investidores; com o FBI entrando na investigação e fornecendo algumas pistas para a recuperação dos fundos.
Para muitos analistas, casos como da AfriCryp tornam-se preocupantes na medida em que este mercado não é regulamentado, o que abre um caminho fácil para os criminosos desempenharem as suas actividades sem, em muitos casos, poderem ser responsabilizados.
Lagos, o centro da fraude de criptomoedas segundo o Whitestream
O recente relatório da Whitestream, uma empresa de análise de blockchain, coloca o maior centro criptoeconómico do continente berço no topo da lista das cidades com mais fraudes de criptomoedas em África.
De acordo com o relatório da Whitestream, os golpistas utilizam redes sociais como o Instagram para atacar novas vítimas, atraindo-os com estilos de vida chamativos, antes de convencê-los a enviar criptomoedas como Bitcoin para certos endereços.
Após a Nigéria, a África do Sul é dos países com mais fraudes no sector. O país registou grandes fraudes como a perpetrada pela MTI e tida como a maior fraude de 2020, segundo o relatório do Consensys.
Estes factos chamam claramente atenção para a necessidade de regular o mercado de criptomoedas com vista a mantê-lo mais seguro assim como o investimento dos cidadãos que trabalham nele.
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