A moeda chinesa, o yuan, caiu ontem, 21 de outubro, para o nível mais baixo em relação ao dólar norte-americano, desde a crise financeira global de 2008, apesar dos esforços de Pequim para conter a queda. Um dólar valia ontem, 7,2494 yuans no encerramento do mercado na China – o nível mais baixo da moeda chinesa desde janeiro de 2008, e uma queda de mais de 15%, em relação ao pico atingido em março passado.
A desvalorização do yuan é sobretudo motivada pelo rápido aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, o que leva os investidores a converterem dinheiro em dólares, na tentativa de obter melhores retornos.
O yuan registou uma breve recuperação, na quinta-feira, após a agência de notícias Bloomberg ter noticiado que a China está a considerar reduzir o período de quarentena para quem chega do exterior. Um yuan mais fraco ajuda os exportadores chineses, ao tornar os seus produtos mais baratos nos mercados externos, mas incentiva a fuga de capital. Isto aumenta os custos de financiamento para as empresas chinesas e atrasa os esforços do Partido Comunista para impulsionar o crescimento económico do país.
Um yuan mais fraco ajuda os exportadores chineses, ao tornar os seus produtos mais baratos nos mercados externos, mas incentiva a fuga de capital. Isto aumenta os custos de financiamento para as empresas chinesas e atrasa os esforços do Partido Comunista para impulsionar o crescimento económico do país.
Em contraste com a Reserva Federal dos EUA, que elevou as taxas de juros por cinco vezes este ano, visando combater a inflação, o Banco Popular da China reduziu as taxas de juros, para impulsionar o crescimento económico, que caiu para 2,2%, em relação ao ano anterior, nos primeiros seis meses de 2022 – menos de metade da meta oficial de 5,5%.
Na quinta-feira, o banco central manteve a taxa de referência do país em 3,65%. A taxa de paridade do yuan, face ao dólar, baseia-se na média dos preços oferecidos antes da abertura do mercado interbancário e pode oscilar, no máximo, 2% por dia. Isto evita grandes oscilações diárias, mas vários dias consecutivos de queda podem resultar em mudanças significativas.
Para reforçar a taxa de câmbio, Pequim cortou já o volume de depósitos em moeda estrangeira que os bancos chineses devem manter como reservas, de 8% para 6%. Ao aumentar a quantidade de dólares e outras moedas estrangeiras disponíveis para comprar yuans as autoridades visavam valorizar a moeda chinesa. Os principais bancos estatais chineses realizaram também vendas de dólares norte-americanos no mercado de câmbio doméstico, numa tentativa aparente de estabilizar a moeda local.
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