A taxa de inflação de Angola subiu para o maior nível em quatro meses em junho, após a decisão do governo de parar de defender o kwanza e cortar os subsídios aos combustíveis.
A taxa anual de inflação do terceiro maior produtor de petróleo da África subiu para 11,25% em junho, em comparação com 10,6% no mês anterior, conforme mostram os dados publicados no site do Instituto Nacional de Estatística. Essa é a segunda alta consecutiva após 15 meses de declínio, reportou a Bloomberg.
Corte dos Subsídios de Combustíveis Tornou a Vida Mais Cara em Angola
Contribuíram para o aumento os custos mais elevados de alimentos e transporte, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística de Angola.
O tesouro de Angola absteve-se de vender dólares em abril e maio, segundo a Fitch Ratings, acelerando a depreciação do kwanza em 39% desde então. Em junho, o governo também acabou com os subsídios aos combustíveis, o que quase dobrou os preços na bomba em um país que tinha um dos combustíveis mais baratos do mundo.
O banco central, cujo governador foi substituído em junho, planeja revisar sua meta de inflação para o final de 2023, que atualmente está entre 9% e 11%. A aceleração da inflação e a expectativa de que ela permanecerá elevada podem levar o comité de política monetária a aumentar as taxas de juros em 14 de julho. O comité manteve a taxa chave em 17% em maio, após duas reduções consecutivas.
Fitch Ratings Espera Um Kwanza Cada Vez Mais Fraco e Mais Inflação em Angola
A Fitch Ratings afirmou em um relatório em 23 de junho que espera que um kwanza mais fraco seja um dos principais impulsionadores da pressão inflacionária, dada a dependência do país de alimentos importados. A agência prevê que a inflação terá uma média de 14,7% em 2023 e aumentará para 17,1% em 2024.
Alimentos representam 55% do peso da cesta do índice de preços ao consumidor em Angola e 18% do total de importações de mercadorias do país, de acordo com a Fitch.
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