As nações do continente africano começarão a adoptar o Sistema Pan-Africano de Pagamentos e Liquidações (PAPSS, na sigla inglesa) em Fevereiro de 2024. A informação foi avançada pelo Presidentp do Quénia, William Ruto, garantindo que o seu país será o anfitrião do sistema.
O dirigente, que falava no lançamento do Centro de Comércio e Desenvolvimento da AfCFTA, em Nairobi, revelou que foi o convidado a receber a sede desta iniciativa no seu país, tendo aceite o pedido satisfatoriamente.
“O Quénia é um campeão [da integração de África] e fomos convidados a acolher a sede do sistema de pagamentos pan-africano no Quénia”, Como somos líderes no espaço tecnológico e promotores da AfCFTA e de qualquer instituição que apoie a integração do nosso continente, aceitámos de bom grado acolher a sede do Sistema de Pagamentos Pan-Africano no Quénia“, disse, citado pela imprensa local.
Como funciona o PAPSS
O PAPSS é um sistema desenvolvido pelo Banco Africano de Exportação e Importação (Afreximbank) com o apoio da União Africana (UA), que permite realizar transações em suas moedas, eliminando a necessidade de moeda de terceiros, como o dólar norte-americano.
O sistema permite que um comerciante num país participante instrua o seu banco local a fazer um pagamento a um fornecedor num país diferente usando o moeda local.
Seguidamente, o banco envia instruções ao PAPSS para executar o pagamento através do banco local do fornecedor, liquidando a transação na moeda da jurisdição do fornecedor em tempo real. O PAPSS é responsável por realizar verificações de validação antes de transmitir as instruções ao banco destinatário.
Instituições financeiras que já aderiram ao PAPSS
Em Junho de 2023, cinco dos principais bancos comerciais de África promoteram facilitar o comércio transfronteiriço usando o referido sistema de pagamentos. São eles:
- Ecobanco (Togo)
- Banco de Acesso (Nigéria)
- Grupo UBA (Nigéria)
- Banco Comercial do Quênia (Quênia)
- Standard Bank (África do Sul)
De referir que os principais participantes no sistema PAPSS são os bancos centrais, que actuam como reguladores e agentes de compensação, bancos comerciais, empresas fintech, prestadores de serviços de pagamento aos seus clientes, incluindo empresas em toda a região.