O governador do Banco de Reserva da África do Sul, Lesetja Kganyago, reiterou que criptomoedas como o Bitcoin não são dinheiro; Segundo o governador do banco, os ‘cripto-activos, como os chama, não são dinheiro porque não atendem aos padrões que caracterizam uma moeda de facto.
Durante uma entrevista dirigida por Mills Soko, do site sul-africano MoneyWeb, Lesetja Kganyago afirmou que criptomoedas como o Bitcoin atendem apenas parcialmente a uma das três características principais de uma moeda.
O governador do Banco de Reserva da África (SARB, na sigla em inglês) argumentou dizendo:
Um, deve ser um meio de troca geralmente aceite. Em segundo lugar, deve ser aceite como reserva de valor. E em terceiro lugar, deve ser uma unidade de conta.
Uma criptomoeda é uma reserva de valor. É um meio de troca, mas geralmente não é aceite. Só é aceite por quem está a participar [do mercado].
Lesetja Kganyago considera importante regulamentar as criptomoedas no país
Apesar dos seus comentários, Lesetja Kganyago insiste que o banco central sul-africano ainda deve regulamentar as criptomoedas, porque, segundo o governador, as pessoas investem nelas e, quando perdem dinheiro, perguntam o que o governo fez a respeito.
Por outro lado, o governador elogiou a tecnologia blockchain admitindo que ela pode ser útil em muitos outros aspectos, reiterando que o SARB, assim como os bancos centrais em todo o mundo, também está a testar a tecnologia.
Fintechs também fizeram parte da conversa
Durante a entrevista, foi questionado ao governador do SARB se a instituição tencionava regulamentar as empresas de tecnologia financeira (FinTechs) da mesma forma que os bancos são regulamentados. À questão, Lesetja Kganyago respondeu dizendo que se as actividades destas empresas começarem a se parecer com as dos bancos comerciais, o banco central não terá outra opção a não ser regulamentá-las da mesma forma.
Portanto, se você é uma empresa de fintech e aceita depósitos, nós o regulamentaremos como um tomador de depósitos.
Se você é uma empresa de fintech e faz transferências de dinheiro, nós o regulamentaremos como um provedor de pagamentos.
Se você é uma empresa de fintech e vende apólices de seguro, nós o regulamentaremos como uma seguradora.
Concluiu Lesetja Kganyago.