O Bitcoin voltou a capturar a atenção dos mercados globais ao ultrapassar a marca simbólica de US$110.000, atingindo o maior valor desde o dia 11 de junho. Essa movimentação positiva foi impulsionada por fortes aportes em ETFs de Bitcoin à vista (spot) nos Estados Unidos, além de liquidações significativas de posições vendidas no mercado de derivativos.
Nas últimas 24 horas, mais de US$281 milhões (segundo a CoinGlass) em posições vendidas em criptoativos foram eliminadas, sendo que uma parcela significativa estava concentrada em contratos futuros de Bitcoin. Isso criou um efeito de alta impulsionado pelo “short squeeze” , fenômeno que obriga os vendedores a recomprar ativos para limitar perdas, elevando ainda mais o preço.
O contexto macroeconômico também contribuiu. Dados recentes sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos mostraram um setor aquecido, o que reforçou a confiança dos investidores e gerou uma movimentação em direção a ativos alternativos como o BTC. Isso porque parte do mercado interpreta esse cenário como um possível sinal de que o ciclo de cortes de juros pode ser postergado, o que tende a beneficiar ativos digitais como reserva de valor.
Além do Bitcoin, outras criptomoedas também registraram altas expressivas. O Ether, XRP, Solana, Cardano e até mesmo tokens de nicho como BONK e FARTCOIN subiram mais de 20%, impulsionados pelo otimismo do mercado e pelo efeito cascata das liquidações de posições vendidas.
O grande responsável por esse novo rali parece ser o fortalecimento das ETFs spot de Bitcoin, como os listados pela BlackRock, Fidelity e outras gestoras. Esses fundos permitem que investidores institucionais e de varejo comprem BTC de forma regulada e segura, impulsionando a demanda real pela criptomoeda.
Com o crescente fluxo de capital nesses produtos que movimentaram bilhões de dólares nas últimas semanas, o Bitcoin tem experimentado uma valorização sólida. As liquidações de contratos futuros em bolsas como Binance, OKX e Bybit também alimentaram a pressão de compra, eliminando barreiras que mantinham o preço estagnado abaixo dos US$ 108.000.
A movimentação de alta ganhou força com o rompimento técnico de resistências importantes, e analistas agora observam a possibilidade de reteste das máximas históricas, desde que o momentum institucional continue positivo.
O rompimento da barreira dos US$110.000 marca um novo capítulo no ciclo atual de valorização do Bitcoin, refletindo tanto a força dos instrumentos financeiros tradicionais (como os ETFs spot) quanto a crescente maturidade do mercado cripto em geral. O aumento da exposição institucional, aliado ao enfraquecimento momentâneo dos vendedores em mercados futuros, criou as condições ideais para esse avanço.
Ainda assim, a volatilidade permanece como uma característica fundamental do ativo. O BTC está agora próximo de uma zona técnica de resistência, entre US$110.500 e US$112.000, que pode funcionar como barreira psicológica e técnica para os próximos dias. Caso os dados macroeconômicos dos EUA continuem favoráveis, existe espaço para uma continuação da tendência.
Por outro lado, qualquer sinal de aumento na inflação, mudanças inesperadas na política monetária do Fed ou problemas geopolíticos podem alterar rapidamente o humor dos mercados e provocar correções. Isso torna essencial o acompanhamento atento do cenário global por parte de investidores e analistas.
No geral, o momento é positivo para o Bitcoin. A combinação de fluxo institucional, otimismo renovado e liquidações agressivas de shorts colocou o ativo novamente no centro das atenções. O desafio agora será sustentar o patamar atual e mostrar resiliência diante dos próximos eventos econômicos e regulatórios.