O Banco Nacional de Angola (BNA) aumentou recentemente a sua taxa de juros de referência para ajudar a apoiar o kwanza e conter a inflação; a taxa de juro cresceu de 15,5% para um recorde de 20%, acompanhando a inflação que continua a subir desde março de 2021.
A decisão saída da última reunião do Comité de Política Monetária do Banco Nacional de Angola (CPM) visa adequar a taxa de juro em vigência ao actual cenário econômico.
E, visto “que o intervalo entre essa taxa e a taxa de inflação tem-se alargado de modo negativo, urge a necessidade do seu ajustamento, com vista a tornar mais eficaz a sua transmissão”, lê-se na nota publicada no site do BNA.
Tendo em vista o pontos analisados durante a reunião, o CPM decidiu:
- Aumentar a taxa básica de Juro (Taxa BNA) de 15,5% para 20%;
- Aumentar a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez de 19,88% para 25%;
- Aumentar a taxa de Juro da facilidade Permanente de Absorção de Liquidez de 7 dias de 12% para 15%;
- Manter inalterados os coeficientes das reservas obrigatórias, em moeda nacional e moeda estrangeira, em 22%;
- Manter inalterados os termos e condições de estímulo ao crédito ao sector real da economia por via do Aviso n.º 10/20.
De acordo com o BNA, prentende-se com estas medidas:
- Inverter a trajectória da inflação de forma a atingir o objectivo estabelecido para o final de 2021;
- Reduzir as distorções existentes no corredor da política monetária, colocando a taxa directora a um nível intermédio das facilidades de cedência e de absorção de liquidez;
- Melhorar as condições monetárias para uma actividade de intermediação financeira mais eficiente, estimulando a poupança e a estabilidade cambial, sem colocar em risco o investimento e a actividade creditícia, principalmente de apoio ao sector real da economia.
Sobre os dados referentes à inflação assistida actualmente, o Governador do BNA, José de Lima Massano, disse:
Os dados actuais indicam pressões inflacionárias adicionais, que podem colocar em risco a meta de inflação do banco central de 19,5% para o final do ano.
“Criptomoedas continuarão a ser um escape para os angolanos”
Com os mercados desenvolvidos a buscarem redefinir as suas políticas monetárias, alguns mercados emergentes, como a Rússia e o Brasil, também já estão a se movimentar neste sentido de modo a evitar a fuga de capitais caso surjam activos de alto rendimento nos mercados desenvolvidos.
Coincidência ou não, a última alta das criptomoedas, sobretudo do Bitcoin, deu-se no mesmo período em que a Reserva Federal dos Estados Unidos cortou as taxas de empréstimo para 0%.
Ora, com estas intenções monetárias dos governos, os analistas prevêem que o aumento das taxas de juros poderá levar os investidores a transferirem os seus fundos para activos tradicionais como o ouro ou para activos mais modernos como as criptomoedas.
Ao que tudo indica, portanto, as criptomoedas em Angola poderão continuarão a ser uma grande oportunidade para os angolanos que procuram melhorar os seus meios de subsistência e se proteger da inflação crescente no país.
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Michele Korver é a Nova Assessora-chefe da Rede de Combate aos Crimes Financeiros dos EUA