Nos últimos anos, o universo das criptomoedas deixou de ser um nicho técnico restrito a entusiastas e desenvolvedores para se transformar em um mercado global amplamente adotado. Uma prova dessa evolução é o relatório “Global State of Crypto 2025”, divulgado pela plataforma Gemini, que aponta que cerca de 25% da população mundial possui algum ativo digital. Esses dados representam um salto impressionante na adoção em comparação com apenas cinco anos atrás.
Esse crescimento exponencial está diretamente relacionado a fatores macroeconômicos, como a inflação elevada em diversos países, o enfraquecimento das moedas fiduciárias e a busca por alternativas de investimento mais acessíveis e descentralizadas. As criptomoedas, especialmente o Bitcoin e o Ethereum, passaram a ser vistas por milhões como reservas de valor e meios de proteção contra incertezas econômicas.
Além disso, a disseminação do conhecimento sobre criptoativos, aliada ao avanço das tecnologias de blockchain, ajudou a democratizar o acesso a essas ferramentas financeiras. Aplicativos mais intuitivos, carteiras digitais integradas a bancos e maior cobertura midiática contribuíram para romper barreiras tecnológicas e educacionais, facilitando a entrada de novos usuários no ecossistema cripto.
O relatório também destaca uma tendência crescente entre as gerações mais jovens, que não apenas investem em criptomoedas, mas as utilizam como meio de pagamento, envio de remessas e até como forma de poupança. A familiaridade com tecnologia e a desconfiança nos sistemas bancários tradicionais impulsionaram essa mudança comportamental significativa.
Segundo os dados coletados pela Gemini, mais de 1,9 bilhão de pessoas ao redor do mundo já possuem ou utilizaram criptomoedas. A América Latina, o Sudeste Asiático e partes da África lideram o crescimento em número de novos usuários, refletindo a procura por estabilidade financeira em economias frequentemente marcadas por volatilidade cambial e instabilidade política.
O relatório também evidencia o papel fundamental dos governos e das empresas privadas na expansão desse mercado. Medidas de regulamentação mais claras, programas educacionais e iniciativas de inclusão digital ajudaram a ampliar o acesso à infraestrutura necessária para a adoção de criptomoedas em larga escala.
A marca simbólica de um em cada quatro habitantes do planeta possuir criptomoedas em 2025 representa um marco histórico para o setor. Mais do que uma simples tendência de investimento, essa estatística demonstra que os criptoativos conquistaram um espaço legítimo no cotidiano de bilhões de pessoas ao redor do mundo.
Esse avanço também lança desafios importantes para governos, empresas e instituições financeiras. Será necessário desenvolver políticas públicas que promovam a segurança dos usuários, combatam fraudes e incentivem o uso responsável das tecnologias de blockchain, evitando retrocessos e abusos.
Além disso, o crescimento da adoção cripto levanta questões geopolíticas relevantes. Com países competindo para atrair empresas de tecnologia blockchain e para se posicionar como hubs de inovação, a corrida pela liderança digital está mais acirrada do que nunca. Nesse cenário, o domínio da infraestrutura cripto poderá determinar quem terá maior influência na economia digital do futuro.
Por fim, o relatório da Gemini sinaliza que estamos apenas no início de uma nova fase de transformação econômica e cultural. As criptomoedas não são mais apenas uma alternativa – elas já fazem parte da realidade financeira de um quarto da população global. E ao que tudo indica, essa proporção continuará a crescer nos próximos anos.