Desde que o Irã começou a reconhecer a mineração de criptomoedas como uma indústria, o país fechou mais de mil fazendas de mineração clandestinas. Os mineradores de criptomoedas inicialmente apoiaram o reconhecimento, mas depois disseram que as taxas de electricidade eram muito altas.

As autoridades iranianas encerraram 1.620 fazendas de mineração clandestinas desde que o país começou a reconhecer a actividade como legal em julho de 2019. O Financial Tribune informou nesta segunda-feira que as fazendas de mineração em causa estavam a utilizar 250 megawatts de electricidade. Muitas destas fazendas clandestinas foram identificadas em dezembro de 2020 quando o preço do Bitcoin atingiu os seus maiores preços em toda a sua história.

Mostafa Rajabi Mashhadi, porta-voz da Companhia de Geração, Distribuição e Transmissão de Energia (Tavanir), disse à emissora estatal:

A Tavanir é dura ao lidar com mineradores não autorizados, aqueles que usam energia subsidiada, como mineradores não licenciados, serão multados tanto quanto o prejuízo que impõem à rede nacional. Seus locais de mineração serão desconectados da rede eléctrica nacional e serão processados.

Mostafa Rajabi Mashhadi – porta-voz da Tavanir

Em julho de 2019, o governo iraniano disse que reconheceria a mineração de criptomoedas como uma indústria legal. A publicação observou que, inicialmente, os mineradores apoiaram a decisão, mas depois alegaram que as tarifas de electricidade eram muito altas e levaram e passaram a desenvolver a actividade na clandestinidade.

O Ministério de Energia do Irão disse que os preços de electricidade para os mineiros são baseados nas taxas médias de exportação de energia e no Sistema Integrado de Gerenciamento de Forex (Nima) do país. “As mineradoras pagam 4.800 riais por um quilowatt-hora, o que é a metade da taxa de exportação de electricidade no outono, inverno e primavera”, detalhou a publicação. “Mas, o faturamento está planeado para basear-se em 19.300 riais/kw, ou seja, o dobro do preço da electricidade exportada no verão (junho a setembro)”.

Segundo Rajabi Mashhadi, o tribunal judicial registou um aumento nos processos ligados à mineração clandestina de criptomoedas em dezembro e quase 500 fazendas foram identificadas com a ajuda de denunciantes. Os denunciantes recebem incentivos e recompensas de 100 milhões de riais, para ajudar as autoridades de energia a identificar fazendas de mineração clandestinas.

A Tavanir está legalmente autorizada a encerrar actividades ilegais de mineração de criptomoedas, observou o Financial Tribune, acrescentando que um total de 24 fazendas de mineração de criptomoedas utilizando 310 MW foram aprovadas pelo Ministério da Indústria, Mineração e Comércio até agora.


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