A Chainalysis divulgou o seu relatório geográfico sobre a adopção de criptomoedas e finanças descentralizadas (DeFi) de 2021 e, entre outras surpresas, o documento revela que a adopção global das criptomoedas cresceu mais de 880%, com as plataformas ponto-a-ponto (P2P) viabilizando a utilização destes activos nos mercados emergentes como os africanos.

Dos 20 principais mercados considerados no documento, 6 são países africanos.

Sobre o crescimento percentual da adopção de criptomoedas pelo mundo

Conforme o relatório da Chainalysis, a adopção mundial das criptomoedas cresceu na seguinte escala percentual desde 2019:

  • Mais de 2.300% desde o terceiro trimestre de 2019;
  • Mais de 881% desde 2020;
  • E somente 3% do valor global destes activos veio de África.

E apesar da adopção ter sido amplamente impulsionada pelo investimento institucional nos mercados desenvolvidos, o relatório destaca que as razões por trás da adopção das criptomoedas nos mercados emergentes, como os africanos, fundamentam-se essencialmente no seguinte:

  • Necessidade de preservar a economia face da desvalorização da moeda;
  • Envio e recepção de remessas;
  • Realização de transacções comerciais, sobretudo transacções internacionais.

O relatório realça também que as plataformas P2P têm uma parcela maior do volume total de transacções composto por pagamentos menores dos pequenos comércios, geralmente abaixo de 10.000 dólares em criptomoedas.

Sobre o crescimento das finanças descentralizadas (DeFi) – Togo lidera o mercado em África

Sobre o sector DeFi, o relatório lembra que esta é uma das áreas com o maior e o mais inovador crescimento do universo cripto.

Conforme a Chainalysis, o crescimento das DeFi é mais alto nos países de renda média-alta e em países com mercados de criptomoedas já desenvolvidos, sobretudo nos mercados profissionais e institucionais fortes, tais como:

  • Estados Unidos;
  • China;
  • Vietname;
  • Reino Unido.

Dos 20 primeiros países da lista correspondente aos mercados com os mais altos níveis de adopção de DeFi no mundo, consta apenas um país africano, o Togo.

Quanto ao tráfego de DeFi por cada país, o relatório mostra que os países da Europa Central, do Norte e Ocidental lideram neste quesito, seguidos pelos países da América do Norte.

Neste ponto, o continente africano contribui com a menor quantidade de tráfego para as plataformas DeFi.

Os países que historicamente são responsáveis pela maioria das transações de criptomoedas de nível profissional e institucional são os mesmos que estão a impulsionar a maior parte das actividades DeFi.”

O relatório da Chainalysis revela também que grande parte das transacções representa uma parcela muito maior das atividades do mercado DeFi, ou seja, as finanças descentralizadas são muito mais populares aos grandes investidores do que o mercado de criptomoedas em si.

As grandes transacções institucionais, acima de 10 milhões de dólares, foram responsáveis por mais de 60% das transacções de DeFi no segundo trimestre deste ano, em comparação com menos de 50% para todas as transacções de criptomoedas.

Por seu lado, as transações profissionais dos grandes e dos pequenos comércios foram responsáveis por uma porcentagem maior de toda a actividade transaccional no mercado de criptomoedas, isto em comparação com as actividades DeFi no mesmo período.

O relatório torna evidente que os países que são historicamente responsáveis pela maior parte das transacções de criptomoedas de nível profissional e institucional são os mesmos que estão a impulsionar a maior parte das actividades DeFi.

Crescimento do mercado de criptomoedas e de DeFi na América do Norte

A América do Norte foi responsável por 18% do valor global do mercado de criptomoedas com mais de 756 bilhões de dólares – sendo a segunda maior criptoeconomia e detendo os mercados mais fortes do mundo para as DeFi.

Na região, os Estados Unidos ocupam o primeiro lugar no Índice de Adopção das DeFi e desempenham um papel importante no forte crescimento das criptomoedas na América do Norte.

A América do Norte registou mais de 1.000% nos volumes de transacções de criptomoedas, com este crescimento sendo impulsionados sobretudo pela popularidade das DeFi.

Os Estados Unidos lideram em transacções DeFi a nível dos pequenos comércios, bem como em transacções com valores abaixo dos 10.000 dólares. Na América do Norte, nove dos 25 maiores serviços de criptomoedas por volume de transacções são agora protocolos DeFi, com o Uniswap, Dydx e Compound sendo os mais populares.

Crescimento do mercado de criptomoedas e de DeFi na América Latina

A América Latina foi responsável por 9% do valor global do mercado de criptomoedas, com mais de 353 bilhões de dólares. Sendo a 6ª maior criptoeconomia e contando com uma forte adopção de base.

Crescimento do mercado de criptomoedas e de DeFi na Europa

A Europa Central, do Norte e Ocidental respondem por 25% do valor global do mercado de criptomoedas, com mais de 1 trilhão de dólares. Sendo, por isso, a maior região criptoeconómica do mundo. E é impulsionada, sobretudo, pela adopção das DeFi.

O valor das grandes transacções institucionais de criptomoedas na região cresceu de 1,4 bilhão de dólares em Julho de 2020 para 46,3 bilhões de dólares em Junho de 2021, mostrando o grande impacto que as DeFi tiveram na região.

Numa observação separada, na Europa Ocidental o Reino Unido, França, Alemanha, Holanda e a Espanha são os 5 principais mercados de criptomoedas em termos de valor.

Entre estes, o Reino Unido lidera com uma margem de 170 bilhões de dólares, com 49% do valor sendo enviado aos protocolos DeFi.

A nível continental, os protocolos DeFi representam três a quatro dos cinco principais serviços, com o Uniswap, Instadapp e dydx sendo os principais. Contudo, a Binance e a Coinbase ainda continuam a ser as exchanges centralizadas mais populares.

Crescimento do mercado de criptomoedas e de DeFi em África

O continente africano representa a terceira maior criptoeconomia, possuindo uma parcela dos seus volumes de transacções gerais compostos por transferências dos pequenos comerciantes.

Este volume é maior do que o de qualquer outra região no mundo: cerca de 7% contra a média global de 5,5%.

Em termos de uso de plataformas P2P, nenhuma região do mundo as utiliza numa taxa mais alta do que os usuários de criptomoedas do continente africano. Elas representam 1,2% de todo o volume de transacções realizadas no continente.

No continente berço, o Bitcoin representa 2,6% de todos os volumes de transacções africanas em plataformas P2P registados no estudo. E, ainda com base no relatório, dos 50 principais países com altos índices de adopção de criptomoedas, 13 são africanos.

Baixe e leia o relatório na íntegra clicando AQUI


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