Em um cenário onde as criptomoedas ganham destaque por sua promessa de inovação financeira, a decisão do governo angolano de proibir a mineração desses ativos digitais reverbera com impacto na comunidade global. O argumento central do governo, pautado na preocupação com o consumo de energia e os efeitos ambientais da mineração de criptomoedas, desencadeou debates acalorados.

Especialistas regionais, como Euclides Manuel, fundador da Yetubit, uma bolsa de criptomoedas em Angola, veem a proibição como um potencial entrave à adoção da tecnologia criptográfica no país. Euclides ressalta a necessidade de uma abordagem regulatória e aberta, alegando que a proibição completa poderia sufocar a inovação, em vez de impulsioná-la.

A Perspectiva de Euclides Manuel

Segundo Euclides Manuel, a proibição da mineração de criptomoedas pelo governo angolano tem suas bases em preocupações legítimas, como a segurança do sistema energético nacional e a proteção ambiental. Ele concorda com essas preocupações, mas propõe uma abordagem diferente:

Que todos os envolvidos na mineração de criptomoedas em pequena e grande escala deveriam pagar o valor correspondente pelo seu consumo de energia.

O argumento é que essa abordagem proporcionaria uma maneira equilibrada de lidar com os impactos do consumo de energia sem comprometer a inovação e o desenvolvimento do mercado de criptomoedas.

Euclides também alerta para os possíveis desdobramentos negativos de uma proibição total da mineração de criptomoedas. Ele aponta que tal medida poderia impedir o avanço tecnológico e a inovação no setor, em vez de incentivá-los como também prejudicar a possibilidade de transformar Angola em um centro de mineração de criptomoedas em África e no mundo. Frisou Euclides:

Se esta lei for aprovada, será um retrocesso significativo para a adopção de criptomoedas em Angola. Empresas como a Yetubit Exchange serão severamente afetadas.

Ele argumentou também que, as regulamentações teriam mais benefícios ao país do que uma proibição total:

O governo tem a ganhar muito mais regulamentando e trabalhando com empresas estratégicas como a Yetubit Exchange em vez de proibi-la

Perspectivas Futuras e Regulamentação

A proibição da mineração de criptomoedas em Angola também ganha contexto com a recente apreensão de cidadãos chineses por uso excessivo de energia pública para a mineração. Além disso, o governo busca regulamentar as criptomoedas e trazer a classe de ativos virtuais sob a jurisdição do Banco Nacional de Angola.

Esse movimento sinaliza o empenho das autoridades em equilibrar o avanço tecnológico com preocupações legítimas, e o debate em torno disso transcende as fronteiras nacionais. Enquanto a nação africana navega por essa encruzilhada, a decisão a ser tomada não só moldará seu cenário criptográfico interno, mas também influenciará as conversas globais sobre como promover a inovação enquanto se mantém responsabilidade ambiental.

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