O Bitcoin (BTC) caiu para US$ 79.500 nos meados de novembro, após uma queda de 11 dias desde aproximadamente US$ 106.000, mas uma forte recuperação em direção a US$ 88.000 fez com que os investidores debatessem se o mercado acaba de atingir um fundo real.

A recuperação ocorre mesmo com grandes detentores continuando a se desfazer dos seus BTC, e os mercados futuros mostrando sinais de forte tensão que não eram vistos desde o colapso da FTX em 2022.

O analista on-chain Carmelo Alemán escreveu que a recente queda do Bitcoin foi moldada pela “redistribuição institucional” e pela fragilidade estrutural, com os grupos de detentores de mais de 10.000 BTC e entre 1.000 e 10.000 BTC ainda sendo vendedores líquidos.

Esses grandes investidores, frequentemente associados a instituições e grandes corretoras, têm reduzido sua exposição e garantido lucros em vez de entrar no mercado como compradores. Ao mesmo tempo, Alemán observou que carteiras menores, com entre 0 e 1 BTC e entre 1 e 10 BTC, também têm vendido nos últimos 60 dias, deixando pouco suporte por parte dos investidores de varejo.

Os principais compradores durante a queda foram carteiras de tamanho médio com entre 10 e 100 BTC e entre 100 e 1.000 BTC, que vinham acumulando de forma constante. O analista argumentou que essa demanda ajudou a estabilizar os preços depois que o Bitcoin caiu de US$ 106.000 para US$ 79.500 em pouco menos de duas semanas, com a criptomoeda se recuperando para cerca de US$ 88.000 nas últimas 48 horas.

Ainda assim, ele alertou que a distribuição contínua do grupo de 1.000 a 10.000 BTC está a impedir uma reversão de tendência convincente.

Além disso, os contratos futuros compartilhados por outro analista de mercado, Darkfost, adicionaram mais uma camada de tensão. Eles destacaram que as liquidações de posições compradas em Bitcoin atingiram níveis não vistos desde a queda da FTX em novembro de 2022, comparando as recentes perdas em 10 de outubro, 14 de novembro e 21 de novembro com aquele período.

Naquela época, cerca de 10.600 BTC em posições compradas foram liquidadas em um único dia, com o mercado atingindo o fundo do poço logo em seguida. Darkfost argumentou que a recente queda em cascata mostra o quão alavancado o mercado ainda estava e que a recente liquidação deixou as condições “mais limpas” e possivelmente mais atraentes para novas entradas.

Do ponto de vista do preço à vista, o BTC está a ser negociado em torno de US$ 88.000, com alta de cerca de 1% nas últimas 24 horas, mas queda de aproximadamente 2% na semana e 21% no último mês, segundo dados do CoinGecko. O ativo também permanece cerca de 30% abaixo de sua máxima histórica de 6 de outubro, acima de US$ 126.000, refletindo uma correção acentuada em uma tendência de alta de longo prazo que, de outra forma, estaria intacta.

 

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