O Banco Central da Nigéria (CBN, na sigla em inglês) esclareceu recentemente que os rumores de uma proibição geral das criptomoedas foram, na verdade, um mal-entendido.

De acordo com um relatório publicado pelo jornal nigeriano Today Ng, o Banco Central não fez nada além de traçar uma linha entre as actividades bancárias relacionadas às criptomoedas e o seu uso pela população.

Adamu Lamtek, Vice-Governador do Banco, fez o esclarecimento ao falar em nome de Godwin Emefiele, governador do Banco no 30º seminário para Correspondentes Financeiros e Editores de Negócios; Lamtek explicou:

O Banco Central da Nigéria não impôs restrições ao uso de criptomoedas e não estamos a desencorajar as pessoas a negociá-las. O que acabamos de fazer foi proibir as transações de criptomoedas no sector bancário.

Em outras palavras, na Nigéria, os comerciantes têm total liberdade para negociar criptomoedas, desde que não sejam usados para fins flagrantemente ilegais.

O Banco Central da Nigéria Reconsiderou as suas declarações?

As explicações surgem em resposta a uma onda de nervosismo e especulação que se desenvolveu no país após uma carta emitida pelo Banco Central da Nigéria não início do ano, segundo a qual todas instituições bancárias do país deviam fechar qualquer tipo de conta usada por indivíduos que operam ou utilizam serviços de crypto exchange.

O documento foi assinado pelo Diretor de Supervisão Bancária e publicado no site oficial do Banco Central da Nigéria. Na carta, o Banco Central dizia que as instituições financeiras na Nigéria não podem servir a qualquer indivíduo ou empresa envolvida com criptomoedas:

“O Banco por meio deste deseja lembrar às instituições regulamentadas que lidar com criptomoedas ou facilitar pagamentos para trocas de criptomoedas é proibido.


Assim, todos os DMBs [bancos de depósito de dinheiro], NBFIs [instituições financeiras não bancárias] e OFIs [outras instituições financeiras] são direcionados para identificar pessoas e/ou entidades que realizam transações ou operam exchanges de criptomoedas nos seus sistemas e garantir que tais contas sejam fechadas imediatamente ”.

Na época, parecia não haver dúvidas sobre as intenções do Banco. A ordem foi clara. Mas, poucas horas depois, o Banco retirou a carta do seu site oficial, embora não a revogasse expressamente ou publicasse uma substituição.

Abaixo segue a carta enviada pelo Banco Central da Nigéria a 5 de Fevereiro deste ano. Créditos: site do CBN.

Isso levou muitos analistas e especialistas a pensar que pode ter havido um erro nas acções do Banco, mas face a pouca clareza do Banco Central da Nigéria, os usuários de criptomoedas preferiram agir com cautela.

Mas, a carta foi enviada a instituições financeiras, que podem ser fundamentais para entender o raciocínio do Banco Central. O que a carta pretendia dizer era que lidar com criptomoedas era proibido para os bancos, não para a população em geral da Nigéria.

O continente está a crescer criptoeconomicamente

O comunicado do Banco Central da Nigéria encerra um período de incertezas nos mercados africanos. A Nigéria é o país com o maior volume de negociação de Bitcoin na África Subsaariana, quase triplicando o volume do seu concorrente mais próximo.

De acordo com dados do site de métricas Useful Tulips, a Nigéria movimentou cerca de 8,8 milhões de dólares em Bitcoins na semana passada.

Pondo numa linguagem terra à terra: este montante é mais alto que o volume do comércio de criptomoedas combinado de todo o continente africano.

Esta explosão na adopção de criptomoedas aumentou o apelo de investimentos em África. Entre que chamam atenção sobre a fertilidade do continente em matéria de criptomoedas estão pesquisadores de Bitcoin como Matt Ahlborg e desenvolvedores de altcoins como Charles Hoskinson.

Os especialistas concordam que a cada dia há mais interesse em trabalhar em casos de uso de criptomoedas no continente berço.

Durante a Conferência Blockchain África ocorrida na última semana, Charles Hoskinson disse que África está prestes a tornar-se uma região-chave para os planos futuros da Cardano.

Durante a sua intervenção, Charles Hoskinson disse:

Nos próximos cinco anos, a nossa equipa na África provavelmente aumentará de dezenas a centenas, senão milhares, e em vez de apenas ter uma sede, é provável que tenhamos pelo menos quatro ou cinco sedes em todo o continente.


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