O ouro atingiu uma nova máxima histórica com a oscilação do Bitcoin, ampliando ainda mais a lacuna entre os portos seguros tradicionais e as moedas digitais. O Bitcoin está atualmente nos US$ 113.744, com um volume de negociação de US$ 53,4 bilhões em 24 horas, alta de 2,4% no dia, mas ainda a lutandor para se recuperar após a grande liquidação de terça-feira.

A mudança levanta uma questão crítica: os investidores estão a abandonar os ativos de risco, como criptomoedas, e voltando para o ouro à medida que as tensões geopolíticas aumentam?

Geopolítica empurra investidores para o ouro

Os mercados ficaram abalados após Israel lançar um ataque sem precedentes no Catar, visando altos funcionários do Hamas. A escalada abalou o sentimento global, desencadeando uma corrida para o ouro e o petróleo, enquanto Bitcoin, Ethereum e outras criptomoedas caíam junto com as ações.

Dados da Coinglass destacaram a escala das consequências. Quase US$ 370 milhões em posições alavancadas foram liquidadas em 24 horas, incluindo US$ 52 milhões em apenas uma hora.

Os investidores de longo prazo foram os que mais sofreram, com US$ 44 milhões perdidos, liderados pelo Ethereum, com US$ 11,9 milhões, e pelo Bitcoin, com US$ 10,5 milhões. Solana, XRP e Dogecoin também registraram perdas, com a DOGE caindo 3,2%.

Enquanto isso, o ouro atingiu um novo recorde e o petróleo subiu US$ 1 por barril, refletindo o comportamento clássico de “fuga para a segurança” durante crises. Dados de correlação mostram que a correlação contínua de 30 dias do Bitcoin com o ouro tornou-se negativa, destruindo a narrativa do “ouro digital”.

O desafio do refúgio seguro do Bitcoin

A diferença entre o Bitcoin e o ouro demonstra uma lacuna de credibilidade. A alta do ouro provou que ele é uma proteção confiável, enquanto a queda intradiária do Bitcoin se assemelha mais a ativos de risco de beta alto.

Os comerciantes estão a migrar de tokens voláteis para stablecoins e dinheiro, e o Bitcoin ainda precisa estabelecer um status de porto seguro em tempos de crise.

Analistas argumentam que, até que a confiança institucional se aprofunde, o Bitcoin permanecerá mais correlacionado com ações do que com hedges tradicionais. A reação imediata ao ataque de Doha demonstrou que o estresse geopolítico ainda empurra as criptomoedas para um território de aversão ao risco, mesmo com o crescimento contínuo dos fluxos institucionais para ETFs.

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