Satoshi Hasuo, presidente da Coincheck, disse haver “poucos” investidores institucionais interessados em criptomoedas no Japão. A dificuldade resulta da falta de uma estrutura que incentive os investidores profissionais em criptomoedas a actuarem no mercado daquele país asiático.
Em entrevista à IT Media, Satoshi Hasuo, Diretor Representante e Presidente da Coincheck, disse que “há uma possibilidade de toda comunidade japonesa perder oportunidades de investimento”, enquanto os países do Ocidente intensificam os seus investimentos em criptomoedas.
A Coincheck é actualmente a única grande bolsa doméstica que oferece transações de balcão para clientes de grande escala. Segundo Satoshi Hasuo, questões como os reguladores americanos darem aos bancos a responsabilidade de cripto-custódia tem ajudado a influenciar os investidores em direção às criptomoedas nos EUA. Mas, enquanto o ocidente trilha avançados estágios sobre esta matéria, no Japão, os bancos ainda não receberam luz verde para oferecer estes serviços.
Não existe um quadro jurídico para os investidores institucionais domésticos. Também existem problemas de contabilidade. O governo precisa introduzir regulamentos.
Satoshi Hasuo – Presidente da Coincheck
No exterior, um número considerável de investidores institucionais está a aderir ao mercado de criptomoedas, o que impulsiona o mercado. Contudo, não há movimento equivalente de empresas e investidores institucionais no Japão. Temos clientes, mas são poucos e quase nenhum deles representa empresas listadas, disse Satoshi.
A regulamentação é essencial para a adopção das criptomoedas e, caso ocorra num futuro breve, o Japão, tal como sugeriu Satoshi, poderá registar uma subida no interesse pelas criptomoedas. Enquanto isso não ocorre, os investidores terão certamente dificuldades em entrar no mercado, visto que não há garantias jurídicas. Esta é, aliás, a mesma dificuldade registada em Angola, na medida em que há investidores interessados, mas não há legislações incentivadoras.
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